O PAI DA PSICANÁLISE
Por Gilbert Rezende
SIGMUND SCHLOMO FREUD – Médico de origem judaica, nascido em Freiberg, na Morávia (hoje Pribor), em 6 de maio de 1856 e falecido na Inglaterra em 23 de setembro de 1939.
FREUD - O FILHO
Filho de Jacob Freud, nascido na Tismênica, em 18 de dezembro de 1815, e de Amalia Nathanson, nascida em 18 de agosto de 1935. Ambos eram da mesma província, pequena cidade de 6.000 habitantes, na Galícia Oriental, Polônia, que na época província do Império Austro-húngaro.
Freud foi fruto do terceiro casamento de seu pai Jacob, que contava à época com 41 anos de idade. Homem grandioso, imponente e bem maduro, o que lhe dava um aspecto de seriedade que impressionava Freud profundamente, mas de acordo com os relatos, era um homem bem humorado e contador de histórias que prendiam a atenção de seus expectadores.
FREUD E SUA INFÂNCIA
Aos 4 anos de idade, emigrou para Viena, capital da Àustria, juntamente com sua família.
Freud sempre foi um menino forte saudável, muito inteligente, em principio era muito apegado à sua mãe, gostava de dormir no seu colo. Em seguida sua mãe engravidara do segundo filho Julius, por quem nutria um forte ciúme, vindo este a falecer de difteria, antes de completar dois anos de idade tempos depois.
FREUD E SUA VIDA ACADÊMICA
Muito jovem, o garoto Freud, se apaixonou pela cultura e escrituras hebraicas, em particular pelo estudo da Bíblica. Sempre dedicado aos estudos, veio a ser aprovado brilhantemente, nos exames de conclusão dos estudos secundários. De modo que veio a se destacar nos idiomas; latim, grego, iídiche, alemão, francês, inglês além de possuir noções de italiano e espanhol.
De forma vitoriosa, ingressou na Universidade de Viena, no outono de 1873, aos 17 anos, optando por estudar medicina. Já na universidade, veio a se interessar pelo estudo da natureza humana que veio a se estender pelos anos seguintes.
Após sofrer influencia de sumidades como Carl Klaus, Ernst Brucke, Brentano e de Schopenhauer, veio o despertar a ideia pelo inconsciente. O jovem estudante, logo se destacou como pesquisador de neuroanatomia, seguindo a linha da psiquiatria alemã, que acreditava que todos os sintomas de doenças estavam relacionados a uma disfunção orgânica. Buscou em causas lesionais os sintomas das doenças mentais.
FREUD - O MÉDICO
Aos 25 anos de idade, Freud concluiu com brilhantismo o curso de medicina, na Universidade de Viena. Por ter se dedicado às pesquisas aprofundadas em neurologia, e ter obtido o “Prêmio Goethe de Literatura” foi nomeado professor de Neuropatologia. Dessa forma, imediatamente iniciou seu trabalho clínico, em consultório próprio, especializando-se em doenças nervosas.
Em seguida, seu amigo Breuer descobriu que os sintomas neuróticos eram eliminados quando os processos inconscientes se tornavam consciente. E deu o nome de CATARSE a esse processo, passando para Freud tal descoberta. Dessa forma, procurou aprofundar-se na hipnose através das demonstrações de Berbheim que inclusive possuía um conceito um pouco diferente de Charcot, sua primeira inspiração nesta área.
Com experiência adquirida, foi percebendo que poderia utilizar outros métodos para alcançar o que queria e que obteria resultados muito melhores e duradouros do que a hipnose. Através do processo de leitura acerca do assunto, Freud desenvolver o método da Associação Livre. Assim passou a adotar esse método em seu consultório.
“Vale ressaltar que, tal descoberta, ou seja, livre associação de ideias” que dava acesso às repressões inconscientes das suas pacientes histéricas, que fez com que Freud deixasse de ser médico e passa a ser o psicanalista.
FREUD - O MARIDO
FREUD - O PSICANALISTA
Para Freud, o ser humano é movido pelo inconsciente e daí desenvolveu suas teorias e seus tratamentos que causaram muita polemica em Viena. Em seu divã, no consultório, os pacientes de Freud, passaram a retratar seu próprio conteúdo, dando início então a sua autoanálise juntamente com seus pacientes.
De acordo com Elizabeth Mednicoff (Mednicoff, 2008), em sua autoanalise Freud analisava seus sonhos e fantasias, que de certa forma o abalava emocionalmente, foi ai que pode contar com ajuda de seu amigo íntimo Fliess, com quem trocava correspondências importantíssimas. De acordo com relatos, foi muito difícil para Freud, uma vez que este começou a ter encontros com seus conteúdos infantis reprimidos, que inclusive contribuiu para entender o que se passava com seus pacientes.
FREUD - O MARIDO
Freud desde seus 17 anos, trocava cartas amorosas com Martha Bernays, com quem se casou após seis anos de noivado (1886), com quem teve seis filhos mais tarde. Ambos não tinham recursos suficientes, vez que, Freud, se desdobrava em busca de reconhecimento profissional que lhe daria a chance de ser o marido protetor e provedor que gostaria de ser.
Sempre romântico Freud quando viajava sozinho comprava sempre lembranças para Martha, mostrando o quanto ela era importante e presente em sua vida. O curioso, apesar de ser romântico, Freud era machista deixando bem claro que a função de sua mulher era exclusivamente do lar, dos filhos e do marido. Mostrava-se inseguro e muito ciumento com relação a sua mulher.
FREUD- O PAI
Em nove anos tiveram seis filhos. Mathilde em 1887, Jean Martin em 1889, Oliver em 1891, Ernst em 1892, Sophie em 1893, e Anna em 1895. Jean Martin foi advogado, Oliver formou-se em engenheiro, Ernst em arquitetura e Anna, a caçula, tornou-se a confidente, a secretária, e enfermeira, a discípula, a porta-voz do pai, além de magnifica psicanalista e sucessora de sua obra.
Sigmund Freud foi avô do pintor Lucian Freud e do ator e escritor Clement Freud, e bisavô da jornalista Emma Freud, da desenhista de moda Bella Freud e do relações públicas Matthew Freud.
FREUD - E SUA MORTE
Freud descobriu um câncer no maxilar. Embora sofresse, sobretudo a partir de 1923, dum câncer do maxilar superior, Freud prosseguiu com seus trabalhos psicanalíticos até 1939. Um ano antes o governo nazista autorizara-o a deixar a Áustria, mediante o resgate de 250.000 shillings austríacos oferecidos pela Princesa Maria Bonaparte (impulsionadora do freudianíssimo na França) e após a intervenção do Presidente Roosevelt. Dirigiu-se, então, a Londres onde Jones arranjou-lhe um lar em Hampstead, mas pouco depois de aí chegar, entrou num coma qual não mais despertou. Isto ocorreu aos 23 de setembro de 1939, morreu. Seu corpo foi cremado e as cinzas guardadas numa urna grega de sua coleção. Encontra-se até hoje no cemitério judaico de Golders Green, em Londres.
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Referências Bibliográficas
DICIONÁRIO DE PSICOLOGIA PRÁTICA. Prática de Psicologia Prática. Vol 2,. Rio de Janeiro: Editora Esparsa.
GRATON. Henri. O poder da Mente Humana: Psicanálises de Ontem. Vol. 2, pp., 17-25. São Paulo: Editora: Loyola.
HÜHNE. Márcio. Em busca da Autoconfiança: Estrutura Emocional de Aço. 3ª ed. Blumenau: Editora: Eko, 1997.
MIJOLLA. Alain. Dicionário Internacional de Psicanálise. Vol, I. Rio de Janeiro: Editora: Imago, 2005.
REVISTA: Mente & Cérebro. Freud em Questão. pp.,29-35, São Paulo: Editora: Duetto, 2010.
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