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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

P S I C A N Á L I S E

                                               A PSICANÁLISE
 A psicanálise é, primeiramente e antes de mais nada, um método terapêutico. Era um método utilizado por Freud para tratar da histeria, da neurastenia e de outras perturbações neuróticas.
É também definida, como parte da psicologia que, apoiando-se nos métodos de investigação e análise psicológica, procura descobrir no inconsciente do paciente as tendências, desejos, complexos e tudo aquilo que perturba a sua mente, trazendo à tona da consciência esses elementos perturbadores e revelando consequentemente o mal para que se possa aplicar a psicoterapia.
De acordo com o Neuropsiquiatra Dr. Jorge Barros Figueiredo ( BARROS, 2010), a palavra Psicanálise, É uma palavra com 3(três) justaposições: PSIQUÊ(mente, alma) + ANÁ(de novo, novamente, outra vez) + LISE(ação de desligar, desatar, virar ao avesso). Em suma, na definição do autor, Psicanálise “não é uma subespecialidade, nem simplesmente uma forma de abordagem. Também não é, uma especialidade médica. São ciências afins, com seus alinhamentos específicos com a finalidade voltada para a saúde plena da pessoa.”
Elizabeth Mednicoff entende que não há possibilidade de se falar de psicanálise sem falar da teoria do inconsciente. Segundo a autora, é a teoria do inconsciente que nos permite entender o ser humano de forma mais profunda. É na infância que ocorrem muitos dos distúrbios psíquicos, em consequência dos conflitos gerados nesse período, em decorrência da tensão entre a criança e aquilo que o meio exigia dela. De forma que, tais acontecimentos  não os são esquecidos e sim, ficam adormecidos no inconsciente, podendo despertar a qualquer momento causando mudanças  no comportamento desse individuo.
É assim que esses impulsos irracionais comandam a nossa vida, através dos pensamentos, dos sonhos e das ações. De modo que esses mesmos impulsos, trazem à tona os instintos e necessidades que estão profundamente enraizados dentro de nós.
E certo que as manifestações instintivas dos impulsos, desejos e fantasias que todos temos internamente desde a infância, procuram uma maneira de se expressar. Detalhe, sua manifestação pode se dar de forma pacífica ou de forma extremamente explosiva. Contudo, independente da forma a que venham surgir, eles veem mascarados, disfarçados, e controlam nossas ações sem que tenhamos consciência disso.
Existe uma infinidade de disfarces dos impulsos, por exemplo, o “Ato Falho”, falando alguma coisa sem querer, derrubando um copo de água, esquecendo a chave, perdendo os óculos, enviando e-mail para pessoa errada e, etc. A autora, cita outro exemplo que deve ser considerado de extrema importância: “O da criança que não foi amamentada no peito da mãe, pode na vida adulta ser fumante suprindo uma necessidade oral.”
Tudo o que foi citado acima, se encontram confinados no pensamento do inconsciente, e, este por sua vez possui “vida própria” e nos guia sem que tivéssemos conhecimento é a Teoria do Inconsciente de Freud. Saber que “o homem não é senhor em sua própria casa” como considerava Freud, trouxe um reboliço naquela época e foi considerada pelo próprio Freud, a terceira ferida narcísica da humanidade.
Vale destacar, a definição dada por Elizabeth, acerca da psicanálise. Segundo ela, “psicanálise é, ao mesmo tempo, uma teoria e um método que permite criar um espaço privilegiado em que o sofrimento psíquico e o psiquismo são examinados. É, portanto, uma teoria da estrutura do funcionamento da mente humana e um método de análise dos motivos do comportamento.”

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PSICANÁLISE

O PAI DA PSICANÁLISE
Por Gilbert Rezende

 

SIGMUND SCHLOMO FREUD – Médico de origem judaica, nascido em Freiberg, na Morávia (hoje Pribor), em 6 de maio de 1856 e falecido na Inglaterra em 23 de setembro de 1939.
FREUD - O FILHO
Filho de Jacob Freud, nascido na Tismênica, em 18 de dezembro de 1815, e de Amalia Nathanson, nascida em 18 de agosto de 1935. Ambos eram da mesma província, pequena cidade de 6.000 habitantes, na Galícia Oriental, Polônia, que na época província do Império Austro-húngaro.
Freud foi fruto do terceiro casamento de seu pai Jacob, que contava à época com 41 anos de idade.  Homem grandioso, imponente e bem maduro, o que lhe dava um aspecto de seriedade que impressionava Freud profundamente, mas de acordo com os relatos, era um homem bem humorado e contador de histórias que prendiam a atenção de seus expectadores.
FREUD E SUA INFÂNCIA
Aos 4 anos de idade, emigrou para Viena, capital da Àustria, juntamente com sua família.
Freud sempre foi um menino forte saudável, muito inteligente, em principio era muito apegado à sua mãe, gostava de dormir no seu colo.  Em seguida sua mãe engravidara do segundo filho Julius, por quem nutria um forte ciúme, vindo este a falecer de difteria, antes de completar dois anos de idade tempos depois.
FREUD E SUA VIDA ACADÊMICA
Muito jovem, o garoto Freud, se apaixonou pela cultura e escrituras hebraicas, em particular pelo estudo da Bíblica. Sempre dedicado aos estudos, veio a ser aprovado brilhantemente, nos exames de conclusão dos estudos secundários. De modo que veio a se destacar nos idiomas; latim, grego, iídiche, alemão, francês, inglês além de possuir noções de italiano e espanhol.
De forma vitoriosa, ingressou na Universidade de Viena, no outono de 1873, aos 17 anos, optando por estudar medicina. Já na universidade, veio a se interessar pelo estudo da natureza humana que veio a se estender pelos anos seguintes.
Após sofrer influencia de sumidades como Carl Klaus, Ernst Brucke, Brentano e de Schopenhauer, veio o despertar a ideia pelo inconsciente. O jovem estudante, logo se destacou como pesquisador de neuroanatomia, seguindo a linha da psiquiatria alemã, que acreditava que todos os sintomas de doenças estavam relacionados a uma disfunção orgânica. Buscou em causas lesionais os sintomas das doenças mentais.

FREUD -  O MÉDICO
Aos 25 anos de idade, Freud concluiu com brilhantismo o curso de medicina, na Universidade de Viena. Por ter se dedicado às pesquisas aprofundadas em neurologia, e ter obtido o “Prêmio Goethe de Literatura” foi nomeado professor de Neuropatologia. Dessa forma, imediatamente iniciou seu trabalho clínico, em consultório próprio, especializando-se em doenças nervosas.
Em seguida, seu amigo Breuer descobriu que os sintomas neuróticos eram eliminados quando os processos inconscientes se tornavam consciente. E deu o nome de CATARSE a esse processo, passando para Freud tal descoberta. Dessa forma, procurou aprofundar-se na hipnose através das demonstrações de Berbheim que inclusive possuía um conceito um pouco diferente de Charcot, sua primeira inspiração nesta área.
Com experiência adquirida, foi percebendo que poderia utilizar outros métodos para alcançar o que queria e que obteria resultados muito melhores e duradouros do que a hipnose. Através do processo de leitura acerca do assunto, Freud desenvolver o método  da Associação Livre. Assim passou a adotar esse método em seu consultório.
“Vale ressaltar que, tal descoberta, ou seja, livre associação de ideias” que dava acesso às repressões inconscientes das suas pacientes histéricas, que  fez com que Freud deixasse de ser médico e passa a ser o psicanalista.

FREUD - O PSICANALISTA
Para Freud, o ser humano é movido pelo inconsciente e daí desenvolveu suas teorias e seus tratamentos que causaram muita polemica em Viena. Em seu divã, no consultório, os pacientes de Freud, passaram a retratar seu próprio conteúdo, dando início então a sua autoanálise juntamente com seus pacientes.
De acordo com Elizabeth Mednicoff (Mednicoff, 2008), em sua autoanalise Freud analisava seus sonhos e fantasias, que de certa forma o abalava emocionalmente, foi ai que pode contar com ajuda de seu amigo íntimo Fliess, com quem trocava correspondências importantíssimas. De acordo com relatos, foi muito difícil para Freud, uma vez que este começou a ter encontros com seus conteúdos infantis reprimidos, que inclusive contribuiu para entender o que se passava com seus pacientes.

FREUD - O MARIDO
Freud desde seus 17 anos, trocava cartas amorosas com Martha Bernays, com quem se casou após seis anos de noivado (1886), com quem teve seis filhos mais tarde. Ambos não tinham recursos suficientes, vez que, Freud, se desdobrava em busca de reconhecimento profissional que lhe daria a chance de ser o marido protetor e provedor que gostaria de ser.  
Sempre romântico Freud quando viajava sozinho comprava sempre lembranças para Martha, mostrando o quanto ela era importante e presente em sua vida. O curioso, apesar de ser romântico, Freud era machista deixando bem claro que a função de sua mulher era exclusivamente do lar, dos filhos e do marido. Mostrava-se inseguro e muito ciumento com relação a sua mulher.
FREUD- O  PAI
Em nove anos tiveram seis filhos. Mathilde em 1887, Jean Martin em 1889, Oliver em 1891, Ernst em 1892, Sophie em 1893, e Anna em 1895.  Jean Martin foi advogado, Oliver formou-se em engenheiro, Ernst em arquitetura e Anna, a caçula, tornou-se a confidente, a secretária, e enfermeira, a discípula, a porta-voz do pai, além de magnifica psicanalista e sucessora de sua obra.
Sigmund Freud foi avô do pintor Lucian Freud e do ator e escritor Clement Freud, e bisavô da jornalista Emma Freud, da desenhista de moda Bella Freud e do relações públicas Matthew Freud.

FREUD - E SUA MORTE
Freud descobriu um câncer no maxilar.  Embora sofresse, sobretudo a partir de 1923, dum câncer do maxilar superior, Freud prosseguiu com seus trabalhos psicanalíticos até 1939. Um ano antes o governo nazista autorizara-o a deixar a Áustria, mediante o resgate de 250.000 shillings austríacos oferecidos pela Princesa Maria Bonaparte (impulsionadora do freudianíssimo na França) e após a intervenção do Presidente Roosevelt. Dirigiu-se, então, a Londres onde Jones arranjou-lhe um lar em Hampstead, mas pouco depois de aí chegar, entrou num coma qual não mais despertou. Isto ocorreu  aos 23 de setembro de 1939, morreu. Seu corpo foi cremado e as cinzas guardadas numa urna grega de sua coleção. Encontra-se até hoje no cemitério judaico de Golders Green, em Londres.

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Referências Bibliográficas

DICIONÁRIO DE PSICOLOGIA PRÁTICA. Prática de Psicologia Prática. Vol 2,. Rio de Janeiro: Editora Esparsa.
GRATON. Henri. O poder da Mente Humana: Psicanálises de  Ontem.  Vol. 2, pp., 17-25. São Paulo:  Editora: Loyola.
HÜHNE. Márcio. Em busca da Autoconfiança: Estrutura Emocional de Aço. 3ª ed. Blumenau: Editora: Eko, 1997.
MIJOLLA. Alain. Dicionário Internacional de Psicanálise.  Vol, I. Rio de Janeiro: Editora: Imago, 2005.
REVISTA: Mente & Cérebro. Freud em Questão. pp.,29-35, São Paulo: Editora: Duetto, 2010.